Há algum tempo, uma rede midiática paranaense lançou uma
campanha com o tema “Paz sem voz é medo”. Ela nasceu com o intuito de nos
alertar de que não adianta se exigir das autoridades a paz e ficar em silêncio.
Mas sabemos que nosso sistema
judiciário não tem capacidade de garantir tal paz, mesmo frente a várias e
várias denúncias de agressões, ameaças de morte entre outros. E se tem, não
utiliza tal capacidade pois o sistema carcerário não consegue nem ao menos ter
capacidade física para manter o agressor preso.
Quando conheci a campanha logo vi
que estava frente a um enorme paradoxo próprio do nosso país, se alguém te
ameaça denuncie, se vai ser resolvido, aí é outra história. Mas a campanha não
teve a preocupação de apresentar os enormes rombos presentes em nossa
constituição antiquada e retrógrada que, quando coloca alguém atrás das grades
esta fazendo um enorme favor para esta pessoa.
Todos nós sabemos os benefícios que
um presidiário possui entre eles a comida quentinha, o auxilio reclusão, o
direito de trabalhar para reduzir a pena ou sair com um terço da pena cumprida
por bom comportamento. Enquanto isso vários cidadãos que não cometeram crime
algum estão jogados embaixo de nossos viadutos, sem comer a dias e não
conseguem um emprego pela “inflação” no mercado de trabalho.
Outro lado desse paradoxo é
justamente aquele que já deveria ter sido alterado desde nossa independência,
mas nos livramos de Portugal para padecer nos braços dos oligarcas. Este seria
o caso dos responsáveis pelas alterações na constituição, os políticos. Eles
não têm muito interesse nessa alteração, pois muitos deles seriam prejudicados
pela rigorosidade das leis que eles mesmos criariam.
Por isso acredito que a campanha nasceu
com um ótimo objetivo, mas foram palavras jogadas ao vento, pois não temos
pessoas capacitadas para criar leis nem prisões que corrijam verdadeiramente os
cidadãos que infrinjam a constituição. Comecemos pela renovação do congresso e
aí sim estaremos dando o primeiro passo rumo à paz verdadeira.
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