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sábado, 9 de agosto de 2014

Resenha crítica do livro A República de Weimar e a Ascenção do Nazismo

               Ângela Mendes de Almeida nasceu em São Paulo, em 17 de dezembro de 1938; é formada em ciências sociais pela USP e doutorada em Ciências Políticas pela Universidade de Paris VIII – Saint-Dennis, com uma tese sobre história da Internacional Comunista. Exerceu a função de professora universitária em várias faculdades de Lisboa e Porto durante os anos 1976-79. É autora de Revolução e Guerra Civil na Espanha.
                O primeiro capítulo do livro aborda a situação da Alemanha antes da Primeira Guerra Mundial e também o seu papel de enorme importância no período entre guerras, assim como o processo acelerado de industrialização. Neste capítulo surgem respostas para questões que facilitam entender todo o contexto da Segunda Guerra Mundial, como por exemplo, o tratado de não agressão entre a Alemanha e a União Soviética. Este tratado teve origem porque a Alemanha pós Primeira Guerra foi proibida de produzir armas e munição em larga escala em seu território, a União Soviética ofereceu então uma parte de seu território para que a Alemanha produzisse a quantidade de munição e armas que excedia o permitido pelo Tratado de Versalhes.
                O segundo capítulo traz a República de Weimar mostrando todas as confusões políticas (por sinal, muito semelhantes às confusões políticas brasileiras no período de ditadura militar) de uma forma democrática de governo implantada durante uma guerra, onde os partidos que eram “majoritários” se dividiam entre aceitar ou recusar os tratados de paz. Tiveram que aceitar, pois a guerra já estava perdida.  
                O terceiro capítulo traz o papel da social-democracia que acaba sendo a história da classe operária alemã inclusive. A social-democracia surge para divulgar o “marxismo ortodoxo” na Alemanha lutando por uma melhor condição material dos operários alemães.  Mas o Partido Social-Democrata Alemão acabou usando o marxismo não somente como um instrumento para análise da realidade, mas também como um marco ideológico do proletariado contra a burguesia alemã.
                O quarto capítulo traz a decadência do comunismo alemão que era representado pelo Partido Comunista da Alemanha que era oposição do Partido Social-Democrata Alemão. O Partido Comunista da Alemanha acabou se transformando em Comunistas Internacionalistas da Alemanha e sua principal característica era o radicalismo da oposição à social-democracia. Em 1924 o Partido Comunista Alemão acabou reconhecendo o enfraquecimento da burguesia frente a uma estabilização relativa do capitalismo.
                No quinto capítulo então se trata do nascimento do Nazismo. A partir de 1923 a Alemanha começou a se recuperar economicamente da Primeira Grande Guerra, esse processo teve seu ápice entre 1927 e 1928. E o Tratado de Versalhes já começava a se tornar insustentável, pois a Renânia tomada pelos franceses já começava a ser devolvida gradualmente para a Alemanha, a Alemanha foi obrigada a pagar as reparações aos países vencedores da Primeira Guerra, assim como a Alemanha denunciava que a limitação no rearmamento do exército alemão era uma barreira insustentável, o pagamento das reparações foi assunto de um novo plano de governo que conseguiu acordar que deveria ser feito através de somas precisas e escalonadas até 1988. O Partido Nacional-Socialista (Nazistas) fizeram parte da Frente Única Nacional que lutava contra o Tratado de Versalhes e isso lhes trouxe muita popularidade. Hindenburg havia assumido o poder e tinha apoio da Social-Democracia. Hindenburg foi pressionado pelo exército que era fascinado por Hitler, Von Papen aconselhou que Hindenburg nomeasse Hitler como primeiro ministros e ele como vice - primeiro ministro. Hindenburg cedeu e, em 29 de janeiro de 1933, demitiu Von Schleicher e nomeou Hitler primeiro ministro. Com isso, o nazismo só cresceu na Alemanha, mais ainda quando o fascismo tomou conta da Áustria em 1934 através de um golpe de estado.

                Este livro é muito técnico e teórico sobre uma parte muito delicada da nossa história, pois estamos lidando com milhares de mortes assim como um país muito antigo e desenvolvido. É uma leitura cansativa e complicada por conter nomes em alemão de partidos e de lugares, que são fundamentais para a compreensão do livro como um todo, porém é muito direcionada às pessoas ligadas ao curso ou ensino de História, porque para se falar de algo primeiro se deve conhecer a fundo do se trata.

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